Apesar do Hospital ter sido desativado em 1889, a prestação de serviços de assistência social pública permanece correndo pelas paredes do Antigo Hospital.
Vanda Urba e Lourdes na Associação Beneficente 26 de Outubro, no horário de intervalo. Foto: Reprodução 'Facebook'.
Desde a fundação em 1906 até os dias atuais o prédio do Antigo Hospital 26 de Outubro é ocupado para a serventia da assistência social pública. Ocupações como atendimento funerário, financeiro e hospitalar não estão mais presentes nos espaços do prédio, porém a assistência social permanece.
Em 1991 o prédio o prédio foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e foi usado para abrigar o setor de assistência social do município de Ponta Grossa. Atualmente o prédio cedia a Secretaria Municipais de Políticas Públicas Sociais (SMPPS), a Fundação Municipal de Assistência Social (FASPG) e a ong SOS Ponta Grossa.
Segundo a pregoeira da FASPG, Eliana de Freitas, o prédio foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para fins de atender os setores de saúde e de assistência social da cidade. (ouça o áudio)
Eliana Freitas comenta sobre o histórico do uso do prédio desde, que foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.
São cerca de 30 salas, e atualmente destas um terço é usado para setores administrativos da própria Fundação Municipal de Assistência Social de Ponta Grossa como as salas do setor administrativo do Bolsa Família, Conselho Municipal do Idoso e Assistência social, Conselho da Juventude, Conselho Lgbti+ e entre outros que funcionam de segunda à sexta.
A ONG SOS Ponta Grossa, usa cerca de oito salas para realizar cursos profissionalizantes para pessoas com baixa renda. Dentre os cursos estão panificação, corte e costura, costura industrial, manicure e cabeleireiro. Além dos cursos, a ONG possui duas sala bem na entrada do prédio uma para o brechó beneficente e outra para ajustes de costura. Toda a arrecadação com as vendas tanto do brechó como do serviço de costura é destinado para ajudar cidadãos de baixa renda, que vão até a Secretaria pedir auxílio.
E o restante das salas é ocupada pela Secretaria Municipal de Secretaria Políticas Públicas
como a fábrica de pães, onde são produzidos todos os dias milhares de pães, que são distribuídos para dezenas de instituições como asilos e abrigos. Além de todos estes usos também há uma sala para o encontro dos membros da Associação Beneficente dos Ferroviários Aposentados. E todas estas atividades funcionam em horário comercial de segunda à sexta.
E mesmo em pleno sábado o prédio do Hospital fica aberto para que fiéis e turistas possam participar da tradicional missa que é realizada todos os sábados às 16H na Capela São José, que está localizada juntamente a estrutura do prédio do Antigo 26. A capela é frequentada por cerca de 30 fiéis durante a missa. Além deles as freiras, personagem que recorda diretamente o uso do hospital também vão todos os sábados até a missa no '26'.
A maior parte dos fiéis são pessoas com mais de 60 anos e que possui vínculos com o Hospital 26 de Outubro ou diretamente com a Comunidade da Igreja Nossa Senhora da Conceição, localizada no bairro de Uvaranas. Como Madalena Tereza Shebelski, que frequentou o Hospital desde pequena com a sua mãe e três irmãos, que viviam doentes e precisavam ficar internados.
Fim da missa na Capela São José. Foto: Camila Zanardini.
Para ela, o diferencial da Capela São José, que fica acoplada ao prédio do Hospital 26 de Outubro é o horário que a cerimônia é realizada. "É um horário muito acessível. Como é a tarde fica fácil estar presente, por isso frequento a missa há mais de 10 anos", conta a fiel Madalena, que vem acompanhada sempre de seu esposo.
Madalena e seu esposo saindo da missa na Capela São José. Foto: Camila Zanardini.
Segundo o padre Tosta, que pertence a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e que realiza a missa há um ano na Capela São José, a paróquia não é responsável pela manutenção da capela. "Como a capela é do hospital, não é uma capela que a gente cuida. Aqui nós não temos por exemplo catequese e pastorais.Nosso trabalho aqui é estritamente capelão. E as pessoas que vem aqui de fato se encanta pelo lugar, pelo horário. O pessoal vem mais pelo carinho pelo local", conta o frei Tosta, que presta capelania na capela.
Para Maria Helena Ribas Coimbra, a capela remete diretamente as irmãs São José, que eram as irmãs que também eram responsáveis pelo colégio Cajuru em Curitiba e ela frequentou o local ainda quando pequena acompanhada das freiras. "Eu venho aqui quase todos os sábados, de coração aberto para sentir a presença de Deus assim como era antigamente quando eu vinha aqui com as irmãs do meu colégio", declara Maria, que pede a sua filha que lhe traga aos sábados para participar da missa.
A capela é mantida pela prefeitura, desde a limpeza até a manutenção é responsabilidade do município. Segundo a Paróquia Nossa Senhora da Conceição a missa de sábado é um serviço voluntário, que a Paróquia Nossa Senhora da Conceição presta para o município. Segundo a paróquia a missa ela é turística por isso em meados de dezembro elas não são mais realizadas e voltam a partir de fevereiro, justamente porque os fiéis que frequentam a capela acabam não vindo no período de férias.
A capela São José foi construída em 1906 juntamente com a construção do prédio do Antigo Hospital 26 de Outubro, ou oficialmente denominado como Associação Beneficente 26 de Outubro. Em 1956 a capela e o prédio do '26' completaram 50 anos de existência e foi comemorada a data na época com uma festa e também com uma celebração que ficou marcada pelos novos vitrais dados à capela São José com pinturas religiosas e que tem a data de fundação e de aniversário de 50 anos em dois dos 6 vitrais colocados na capela.
A capela é repleta de pinturas do artista pontagrossense Paulo Wagner, o mesmo que pintou as paredes da famosa mansão Vila Hilda, seus traços delicados e detalhistas elevam a importância da preservação do patrimônio do Antigo Hospital 26 de Outubro. Conheça como é a capela no vídeo a seguir.
Comments